domingo, 23 de junho de 2013

Harpa e Violino no Retiro

Olá, queridos!

         
  Onde tem turista tem batedores de carteira, café caro e...músicos de rua de talento e qualidade duvidosos. Bem, não foi este o caso que aconteceu hoje no parque do Retiro. Finalmente, no meio dos fantoches para crianças e saxofonistas de plantão estava lá o duo Elena Aker, harpa e Andrea Szamek, violino, intepretando músicas celtas com talento e muito estilo. Não tive coragem de gravar nenhuma música, mas pedi o cartão e divulgo aqui um link das musicistas: http://www.elenaakeraudios.blogspot.com.es/

PhotoEspanha: Casa de América

Olá, queridos!

      Dando prosseguimento às exposições fotográficas da mostra PhotoEspanha visitamos também a Casa de América. Ali estão exibidas a obra de Luis González Palma (Guatemala) e Graciela de Oliveira (Argentina) realizaram entre 2002 e 2007 dentro do projeto Jerarquías de Intimidad, una reflexión sobre la pareja y la familia.

    Bem, pessoal e até mesmo angustiante, a mostra reúne temas como separação, romantismo, possessividade entre os membros de uma família. Destaque para a série de mãos em diversas posturas como súplica, paciência e amor. Para quem quiser saber mais: http://www.casamerica.es/exposiciones/tumi-placer

Na Espanha como no Brasil

Olá, queridos!

       Tinha tudo para ser como previsto: um evento teste, os narradores esportivos exaltando nossas qualidades pátrias, a seleção encontrando seu futebol. Mas não foi assim. Tenho certeza que algum acessor de uma ilustríssima excelência propôs aumentar as passagens justamente nesta época. Afinal, ninguém ia perceber aqueles 20 centavos nas passagens em época de Copa das Confederações ?

       Errado. Dessa vez chega. Mais um aumento sem a contrapartida de melhoria de serviços? Aliás, outro aumento e nunca houve um o serviço de qualidade. Chega. Basta. Palavras que pareciam estar fora do vocabulário brasileiro. Foram para as ruas, ainda que com algum exagero, infelizmente, mas ao menos o povo acordou.

        Na Espanha aconteceu o mesmo no ano de 2011 quando a crise mostrava sua face mais cruel: o desemprego dos jovens. No dia da festa do padroeiro de Madri, 15 de maio, havia um protesto convocado, mas ao contrário de outras maifestações, um grupo decidiu acampar na Porta do Sol e lá ficou durante meses, inclusive coincidindo com a Jornada Mundial da Juventude. Foram chamados de "indignados" e seu exemplo se espalhou por outras cidades do país que também resolveram acampar em pontos estratégicos. O grito que os unificava era "Democracia Real Já", algo tão genérico quanto significativo.

      Na época, quem governava era o PSOE e mantendo a tradição da esquerda em ser tolerante ao clamor popular, as autoridades foram deixando o acampamento ficar. Interessante observar que os partidos políticos foram rechaçados sistematicamente. Assim, a medida que passava o tempo, acusaram-nos de não terem líderes, nem reivindicações claras e depredar o patrimônio público.

        Por que esses jovens não tem líderes? Porque essa geração não suporta que lhes digam o que devem fazer, pois viram que os líderes não são heróis, não resolvem os problemas em um passe de mágica e por isso, eles mesmos tem que assumir o protagonismo. Quanto à falta de uma pauta concreta, penso que é relativo. Nos anos 60 quem saía às ruas lutava também contra grandes causas: fim da ditadura, fora FMI, fora EUA e muitas outras.

       Ao contrário da maioria, acho muito fácil identificar os anseios dessa gente. As pessoas estão cansadas de ouvir um discurso quimérico e constatar a realidade. Escutar que o Brasil está crescendo, rico e próspero, mas o Estado não acompanhar com qualidade com serviços mais caros e menos eficientes. Também pesa a percepção de que o Brasil realmente vive um momento de prosperidade, mas resolve gastar essa dinheirama toda em...estádios.

        Quanto à depredação do patrimônio público, a face mais triste destes movimentos, aqui na Espanha, não ocorreu na escala brasileira. Houve, sim, muita repressão policial e a suavidade de sempre. Agora, está muito pior, pois o governo do PP tende a ser menos tolerante que o do PSOE e manda os policiais usarem toda sua delicada tática persuasiva para não deixar os protestos progredirem.

          Qual foi o destino dos indignados? Bem, o acampamento madrilenho foi dissolvido durante a madrugada, meses depois do PP ter ganho as eleições e isso aconteceu em todas as outras localidades com maior ou menor repressão policial. O movimento se dividiu entre aqueles que preferem continuar lutando sem personalidade partidária e os que desejam incorporar-se ao sistema político vigente. Todo 15 de maio é feito uma reedição da marcha que originou aquele movimento, mas sem o entusiasmo inicial. Outros problemas, mais concretos, como a privatização da saúde pública madrilenha, o aumento do desemprego, dos despejos e da dívida, ocuparam a agenda política de diferentes setores.

            Será este o destino do movimento brasileiro? Vamos ver. No Brasil, a presidente respondeu aos manifestantes em uma semana. Se essa resposta agradou vou ter que discutir em outro momento. Aqui, nem Zapatero e muito menos Rajoy deram as caras para explicar o que fazer com aquele mar de gente nas ruas. E agora? Continuar a protestar? Acampar em frente a casa das autoridades? (Aqui também já estão fazendo o mesmo). Uma coisa é certa: depois destes acontecimentos vai ficar difícil alguém defender a tese que somos um povo alienado pelo futebol. Provamos que sabemos torcer pelo nosso time, mas também indignarmos contra as mazelas cotidianas. Que este sentimento seja duradouro.
       

sábado, 22 de junho de 2013

PhotoEspaña- Mark Shaw

Olá, queridos !!

         
Junho é o mês do verão e da mostra PhotoEspaña !! Isso significa que centros culturais, museus e lojas se rendem à fotografia e programam várias exposições. Fomos na de Mark Shaw, que passou à história por retratar os Kennedy. A mostra, em cartaz na loja Lowe, foca justamente os trabalhos de 1959 e 60 quando ele foi escalado para cobrir a campanha do então senador à presidência dos EUA. Muito interessante porque o jovem casal é mostrado com os filhos, nas férias e também em capanha. Jackie aparece impecável, mas surpreendemente natural. Coisa de artista! www.rumoamadrid.com.br

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Giacometti

Olá, queridos!

     
Fim de semana frenético para comemorar a chegada do calor. Depois do cineminha alemão, exposição básica na Fundação Mapfre. Desta vez está lá uma mostra do escultor suíço Alberto Giacometti com seu trabalho interessantíssimo centrado no surrealismo e, posteriomente, em figuas verticalizadas. Estão lá suas grandes estrela: "O homem que anda" e "Grande Mulher II" (traduções minhas).

       A exposição ainda traz uma enorme quantidade de desenhos e esboços do ateliê do artista. Aí que está o perigo! Nas publicidades se tem a impressão que só veremos esculturas. Elas estão presentes, óbvio, e representam as diversas facetas de Giacometti. Entretanto saí de lá decepcionada, pois acho que vi mais desenhos e fotografias do que esculturas. Se o objetivo era "mostrar sua concepção de espaço" para suas obras faltou justamente isso: as benditas obras!

domingo, 16 de junho de 2013

Companía Nacional de Danza

Olá, queridos!

   
Fim de semana cultural intenso! Cinema-exposição-balé. Adoro! especialmente se é para descobrir lugares novos, artistas novos e escutar boa música. A Companhia Nacional de Dança foi fundada em 1979 e teve como seu primeiro diretor o bailarino Victor Ullate, um dos grandes do balé espanhol. Atualmente ele tem a sua própria companhia e eu ainda não fui vê-la...ai, ai. Mas está na minha lista de coisas a fazer.

       Voltando à Companhia. A proposta é neoclássica-contemporânea e privilegia os coreógrafos do século 20 e estreias do nosso tempo. O programa que assisti reuniu Balachine, Ben Stevenson e Forsythe, além do diretor da companhia, José Carlos Martinez. Como bônus, o pas-de-deux de "A dama das Camélias", de John Neumeier, com música de Chopin, estrelado por dois craques, Lúcia Lacarra e Marlon Dario. Chorei, óbvio. É muita beleza junta para meu pobre coração!

Quem quiser conferir o trabalho deles acesse: http://cndanza.mcu.es/

Teatro La Zarzuela

Olá, queridos !

   
  Fomos ao teatro La Zarzuela ver a Companhia Nacional de Dança. O teatro foi fundado em 1856 com objetivo de mostrar ao público o melhor da produção musical espanhola, especialmente o gênero lírico, ou a zarzuela.

       








No entanto, o edifício passou por um incêndio e foi remodelado perdendo um pouco da sua arquitetura inicial. Reformado no final da década de noventa é possível admirar a beleza dos lustres, dos mármores e dos caracteres mais antigos que fazem deste palco lugar de estreia e abrigo para diferentes companhias espanholas.

sábado, 15 de junho de 2013

Festival de Cinema Alemão em Madri

Olá, queridos!!


Sabe quando você está passando pela rua e de repente vê um cartaz "15º Festival de Cinema Alemán". Como assim ? Angela Merkel não me avisou ?? Pois é. No cine Palafox - onde acontece a mostra de cinema brasileiro - foram exibidos um pouco da produção germânica entre curtas e longas metragens. Ainda tinha sessão especial para a criançada pela manhã. Por sorte, ainda foi possível assistir ao filme "Culpados são os outros", de Lars-Gunnar Lotz (a tradução é minha). Mas o que mais  me encheu os olhos foi a estreia da biografia cinematográfica de Hanna Arendt, de Margreth von Trotta, que está sendo homenageada com uma retrospectiva. Mal posso esperar para ver a vida desta filósofa nas telas. Afinal, muitos dos meus professores da PUC adoravam esta mulher.

Estação Avenida de América

Olá, queridos!

         
A estação, aliás intercambiador, Avenida de América, abriga quatro linhas de metrô, muitas de ônibus intermunicipais e até mesmo para outras localidades da Espanha. Um lugar tão grande e tão movimentado também tem a sua obra de arte. Neste caso, um painel feito de pedras reproduzindo a chegada de Colón nas Américas.






A cena retrata fielmente os valores da época: a escravidão, a religiosidade dos presentes, as armas para a conquista da nova terra. Não sei como a comunidade latina reage à obra, mas já vi muita gente tirar fotos ao lado.









Por distração não fotografei o nome do autor e não encontrei nada a respeito na Internet. Vou ficar devendo esta informação para vocês...

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Violência contra a mulher no Brasil e na Espanha

Olá, queridos!

        Viver em outro país alarga os horizontes muito mais do que nossa vã filosofia é capaz de imaginar. Algo que sempre me chamou atenção aqui na Espanha é o tratamento dispensado à mulher. Longe de ser um país igualitário como os vizinhos nórdicos, mas bem mais a frente do país tropical, saltam a vista algumas diferenças báscas.

         Primeira: homem aqui não vira a cabeça e olha pra bunda da mulher depois que ela passa. Não emite opinião sobre a anatomia feminina. Quando olha, faz isso discretamente, sem aquela sensação de estarmos sendo escaneadas e avaliadas tal qual gado. A gente fica se achando feia no começo, mas aí se dá conta como é vista como mercadoria exposta na feira no Rio e na cidade além da ponte.

         Segundo: agressão contra a mulher tem nome e chama-se violência machista. Não há delegacias especializadas, mas todo caso de assassinatos de mulheres por seu companheiro é noticiado com destaque no jornal. Dependendo da cor local do partido, as campanhas de proteção à mulher são intensificadas e agora, com a direita, estão mais discretas.

         Terceiro: a resposta da sociedade. Dizem que brasileiro é generoso e solidário. Sim e não. Vou ilustrar com um caso que aconteceu neste fim de semana, em Bilbao e compará-lo com o estupro sofrido pela americana em março no Rio de Janeiro.

           Na cidade espanhola, um suposto mestre de kung fu contratou os serviços de uma profissional. Notem: mulher, prostituta e negra. Talvez seja um dos grupos mais desprezados da sociedade, concordam? Pois o homem a obrigou à ir na academia, a torturou, mas por sorte foi denunciado. A polícia a encontrou incosciente e bastante machucada. O homem foi preso e também foram achados restos de outra mulher assassinada por ele. O que a prefeitura de Bilbao fez? Reuniu-se hoje nas escadarias da prefeitura, ao meio-dia, para mostrar sua soliedariedade com a vítima e repudiar o ataque. Infelizmente, a mulher faleceu pouco depois no hospital.

            Fico pensando naquela estudante americana. Não sei porquê, sempre penso nela. Talvez porque já fiz muito o trajeto Niterói-Copacabana de van, porque o itinerário incluía a ponte ou porque ela simplesmente lhe aconteceu a pior tragédia que uma mulher pode passar. O que mais me deixou revoltada é que nem no facebook as pessoas protestaram. Entendo que a rede social não serve para quase nada, mas lembram da cachorrinha torturada em Goiás? Semanas e semanas de posts sobre isso.

            Sei que o prefeito do Rio fez lindas declarações pela TV, mas todo mundo sabe que se deveu mais à nacionalidade dela e a repercussão internacional que soliedariedade. Igualmente penso naquela garota de 12 anos que foi estuprada em um ônibus no Jardim Botânico (Zona Sul. Ooooooh!) e em outras mais que nem sequer nos comovemos. E o que os cariocas fizeram por elas? Aposto que mais de uma pessoa ainda pensou que essas meninas provocaram os homens com saias muito curtas...

domingo, 2 de junho de 2013

Vista do hotel Silken Puerta América

Olá, queridos !!

           
Fomos convidados para assistir a um desfile de moda no hotel Silken Puerta de Madri. O hotel por si só já merecia uma visita pela arquitetura e a fachada colorida. E além disso, oferece uma vista linda de dois pontos da cidade. A primeira para o sul onde se pode ver a torre de televisão, o centro e os bairros de Salamanca e Las Ventas, dentre outros.






Também é possível ver as torres da Castellana e a parte norte. Uma pena que a gente não levou a câmera e as fotos não ficaram à altura da paisagem.